... Pedaços...

20:37

 Eu tenho necessidades, a de um lugar santo onde as minhas leis religiosas regem, onde não me interrompam com frivolidades da vida alheia ou a minha própria. Sim aceito que também vivo essa vida rasa e insossa como os outros, porem eu preciso do meu lugar santo de elevação onde vejo a existência e a vida emocionante e erótica, quando estou lendo um bom livro. A sensação de ver um filme intenso no cinema, sair dele e encarar uma multidão de pessoas, me tira o sorriso, acordar de um sonho pra vida. Eu não a quero, mas que saída tenho eu?

Na manha de hoje me lembrei de um dia no qual minha mãe perguntou de quais cantores gostava, ela pediu que colocasse a lista na geladeira, faltavam pouco menos de 2 meses para meu aniversário, nos próximos dias vivi a ansiedade, uma imaginação fértil do que estaria por vir, embora eu soubesse que ela nunca teria esse papel, com o passar das semanas o sentimento se acalmou até adentrar em um profundo limbo. Passou o aniversário. Passaram-se os anos. Hoje esse episódio questionador de minha mãe me veio a lembrança, e como promessa feita a mim mesma, de questionar o que meus olhos veem, o que sente meu coração, eu posso reconhecer uma razão tão mais bonita e sincera. Sob a suspeita de parecer arrogante, eu não poderia ser mais diferente, na maioria das vezes lamento por isso não consigo ver o berço de tão alta expectativa pela vida. Não o mover-se mecânico e sucessivo por todos os cantos. De buscar respostas que sinto não residir nessa realidade, saber que pelo resto da minha existência aqui, nada nunca irá me aprazer o suficiente. Meu lugar sagrado, traz-me revelações momentâneas, céleres fugas e pequenos entendimentos vistos de uma perspectiva diferente no tempo; minha mãe queria conhecer uma parte de mim que nos distancia, hoje essa é a minha pérola de alegria.

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